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Corpo de Fernanda foi o mais periciado da história do Brasil

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A PF realiza uma entrevista coletiva nesta quinta-feira (20) para mostrar os resultados do seu inquérito a respeito da morte da estudante Fernanda Lages. Os delegados da Polícia Federal respondem questionamentos da imprensa a respeito das circunstâncias do óbito da jovem falecida em agosto de 2011. 

O primeiro a responder foi o delegado Alberto Pereira Neto, que explicou sobre o procedimento investigatório. “Dado ao tempo em que começamos, tivemos de fazer o caminho contrário na investigação. O Ministério Público apontou suspeitos, indicou testemunhas e não chegamos a conclusão de que as pessoas não tinham ligação com o caso investigado. Cumprimos diligências que não tinham relação com o caso investigado”, pontuou. 

Foto: Thiago Amaral

Delegado Alberto Pereira

Em seguida, a questão foi feita em relação à credibilidade do trabalho da PF. “Temos alta credibilidade perante a sociedade, que é fruto do nosso trabalho. Procuramos nos afastar dos comentários e da imprensa. Não poupamos esforço pra chegar ao resultado de hoje e chegamos ao final com o sentimento de dever cumprido”. 

Tráfico de pessoas
O delegado ainda comentou sobre a suposta relação de Fernanda com o tráfico de mulheres. “Começamos a investigação com tráfico de pessoas, mas é óbvio que o caso era da morte de Fernanda. Surgiram sim, alguns fatos ligados à prostituição - mas não seria tráfico internacional - dentro das várias pessoas envolvidas. Tivemos de devassar a vida de muitos inocentes para chegar a verdade real”, respondeu o delegado Alberto Pereira Neto. 

Foto: Thiago Amaral 

Suicídio
“A gente não consegue chegar uma conclusão. Disseram que havia agenda, cadernos, com anotações supercomprometedoras e as folhas teriam sido arrancadas, quando foram apreendidas na polícia civil. Apreendemos esse material e a partir dessas folhas arrancadas, conseguimos analisar as folhas anteriores através da pressão da escrita e da anotações que identificamos não tinha nada a ver com suposto crime ou suicídio”. 

Notebook e telefones
“Tivemos acesso a telefones, notebooks refizemos perícia havia rumor de alteração de provas, na Polícia Civil e o que não foi confirmado. Não encontramos nada de relevante que esclareça o caso por completo. Outro dado interessante é que obtivemos judicialmente a queda de toda a antena das radiobases, tivemos acesso a todas as pessoas naquela região. Retrocedemos até um ano para ver se Fernanda já tivesse (ido) nesse local ou anterior. Não conseguimos obter isso”. 

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Jivago
“Tivemos de devassar a vida privada de várias pessoas. Não sei porque citaram o nome dele ou de João, de José”. 

Perícia no corpo de Fernanda
Carlos Eduardo Machado, do Instituto Nacional de Criminalística, respondeu em seguida um questionamento sobre o corpo de Fernanda Lages. “Todo o trabalho da perícia é embasado nos vestígios materiais. A investigação vai além disso, procura o subjetivo. A análise dos vestígios é base em hipóteses. No caso específico, fizemos a análise do corpo, procurando sinais de luta corporal, agressão, antes da morte ou da precipitação, e lesões de arrastamento. O que se pode esperar de um corpo exumado mais de seis meses? Que não se encontre muitas informações, mas conseguimos encontrar muitas informações que nos indicaram a dinâmica. Algumas áreas avançaram muito, como a de odontologia e medicina”. 

“O primeiro momento em que a polícia entrou já havia muita gente no local, passou-se muito tempo. O exame do local avançou pouco. Já no exame médico legal e odonto legal, foi um avanço muito grande. O Scaner 3D nos deixou avançar muito. A Polícia Federal é uma das duas únicas polícias do Brasil que usam este equipamento e uma das únicas no mundo”. 

“Qualquer polícia poderia ter analisado isso, com os recursos inferiores, e não faria diferente do que a Polícia Federal fez. O corpo foi submetido a tumografia, levado a Ribeirão Preto. Talvez o corpo de Fernanda Lages tenha sido o corpo mais examinado da história da Polícia Federal e do Brasil”. 

“Através da perícia do corpo pudemos descobrir que o corpo partiu de um local diverso, que as lesões foram produzidas no momento de impacto, não havia sinal de agressão, lesão corporal, na precipitação e arrastamento. O corpo estava mais próximo da base. Quando é suicídio a pessoa se projeta e o corpo fique mais distante da base. Quando a pessoa se suicida, ela se projeta, não numa velocidade grande. 8 quilômetros por hora é uma velocidade sugere fortemente o suicídio, mas não pode descartar o acidente também”, finaliza. 


Carlos Lustosa Filho
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